O envelhecimento facial é composto por vários eventos que infelizmente irão ocorrer em todos nós. Características genéticas desempenham um importante papel no grau de envelhecimento e na força com que esses eventos irão ocorrer. Em primeiro lugar ocorre um afinamento da epiderme, camada mais superficial da pele. Depois uma atrofia, ou seja, uma diminuição do tecido celular subcutâneo, que nada mais é que a camada de gordura existente debaixo da pele. Ocorre também uma reabsorção óssea, os ossos da face são um pouco “absorvidos” ou perdem um pouco de volume com o passar dos anos. As fibras de colágeno e de elastina também se reduzem e com elas vão embora a elasticidade e firmeza da pele surgindo vincos e rugas.. Não é a toa que com o passar dos anos, parece que vamos afinando o rosto… é só pegar fotos de 10 anos atrás que observaremos que nossas bochechas eram maiores, nossas maçãs mais proeminentes, e nossa pele parecia mais “cheiinha”. E por fim a lei da gravidade não perdoa.. A musculatura da face que antes estava em seu lugar, com o tempo se desloca inferiormente invertendo o triângulo da beleza e distorcendo o contorno mandibular… É o peso dos anos, “pesando”o semblante e levando nossa linda juventude..
Mas nem tudo são perdas!!! A indústria da beleza cresceu, e materiais preenchedores existem, são seguros, e quando bem aplicados podem retardar e até reverter os sinais de envelhecimento. Basta saber usá-los! Desde o uso do colágeno bovino em 1981 para este fim, a procura por tratamentos estéticos minimamente invasivos tem crescido a cada ano, e hoje, juntamente com a toxina botulínica os preenchedores são os mais procurados nos consultórios médicos. Mas a pergunta é sempre a mesma. Qual o preenchedor ideal para mim? Este é melhor que aquele? Minha amiga usou tal produto, eu também posso usá-lo? Em meio a tantas novidades que não param de surgir na mídia, é natural uma certa confusão a respeito dos preenchedores e dúvidas é o que não falta para serem conversadas, discutidas e esclarecidas no momento da consulta médica.
Vou tentar esclarecer um pouco e desmistificar os preenchimentos faciais por aqui. Atualmente temos basicamente 5 produtos sendo utilizados no Brasil e no mundo. Existem mais que 5, claro, mas eu diria com toda certeza, que esses respondem por 95% do que se tem feito atualmente.
Os preenchimentos faciais têm por objetivo dar volume e corrigir rugas da face e visa tratar os sinais do envelhecimento ou simplesmente, embelezar. Nos últimos 20 anos, vários produtos têm surgido para este fim, e a procura por um implante bioinjetável ideal ainda não cessou. Até o momento presente duas categorias básicas de implantes são disponíveis no mercado: os biodegradáveis, que são reabsorvidos com o tempo, e os não-biodegradáveis, ou permanentes. Cada um deles tem suas vantagens e desvantagens e o ideal para você deve ser discutido na consulta médica. Vamos tentar, em uma linguagem clara e objetiva, resumir um capítulo tão importante da medicina estética e citar aqui os mais utilizados em nosso meio e em nossa prática diária.
ÁCIDO HIALURÔNICO
Este é o mais popular dos preenchedores e também o menos nocivo, pelo seu baixo índice de formação de nódulos e dermatites. O acido hialurônico nada mais é do que um implante temporário, ou seja, reabsorvível após cerca de um ano. É utilizado para dar contorno e volume aos lábios, corrigir rugas finas e atualmente, para dar volume às maçãs do rosto, queixo e mandíbula. Dentro da derme, sua molécula sofre uma hidratação e suas partículas aumentam de volume. Pode-se dizer que é o mais seguro dos biomateriais para se preencher lábios e a região das olheiras. Além disso, é o material de escolha quando o paciente pede acima de tudo, NATURALIDADE. Aquele paciente que não deseja nada demais, além de um leve contorno, um realce, um aumento leve…. Existem vários tipos de moléculas deste mesmo ácido hialurônico. Ou seja, dizer que preencheu com ácido hialurônico pode significar vários efeitos. Existem moléculas maiores e menores, com maior ou menor poder de atração de agua, de acomodação à derme, de irritação dos tecidos orgânicos, ou seja, escolher QUAL ácido hialurônico é o ideal para a sua boca, o seu nariz, o seu rosto é tarefa do médico. E a diversidade química da molécula é enorme! Tenha em mente o seguinte: ele é um produto seguro, que será reabsorvido em no máximo um ano e meio. Escolha seu médico na certeza de que ele sabe a diferença entre as várias opções do mercado e mais do que isto, que ele está atento ao SEU PEDIDO: ou seja, natural ou mais exagerado, contorno leve ou mais marcado, maçãs mais proeminentes, ou mais discretas, hidratação labial apenas ou volume…. O que tenho visto por aí, é que alguns colegas são bons técnicos, mas se esquecem de ouvir O QUE O PACIENTE DESEJA. Alterar as feições faciais de alguém é tarefa de uma RESPONSABILIDADE IMPAR. Respeitar o desejo do paciente é OBRIGATÓRIO!
Leia mais na área reservada especificamente ao ácido hialurônico.
ÁCIDO POLI L LÁTICO
Ácido poli – L – lático
O nome comercial é Sculptra. É uma excelente alternativa para volumização facial, produzindo resultados naturais, mas bem evidentes. É um preenchedor usado para dar volume a áreas maiores, uma vez que a técnica de aplicação permite que a substância seja espalhada em toda a face, enfatizando áreas de menor volume ou aquelas que se deseja realçar, como maçãs do rosto e contorno de mandíbula. Podemos dizer que é um “firmador” de face. Ele induz à produção de colágeno e confere firmeza e um toque mais rígido à face. Muito usado para aqueles pacientes que já experimentam os primeiros sinais de flacidez, mas que não tem indicação de lifting cirúrgico ou outro procedimento mais invasivo. Particularmente, adoro os resultados do ácido poli L lático, e o considero um dos produtos mais versáteis. Com ele podemos simplesmente “embelezar”. Não é utilizado para contornar boca e sua aplicação na região das olheiras é proibida. Os resultados são realmente belíssimos. Dura de 2 a 3 anos, sendo necessárias para isso, 2 a 3 sessões, com intervalos de um mês a 45 dias entre elas.
BIOPLASTIA
A bioplastia é a técnica através da qual se molda (“plastia”) diferentes partes da face e ou corpo, através do emprego de “biomateriais”, ou seja, de materiais biocompatíveis, ou compatíveis com os tecidos biológicos (“bio”). Para se entender melhor este conceito, cabe aqui citar novamente o conceito de “plástica”. O termo “plástica” deriva do latim plasticus e provém do grego plastikós, que significa moldar e dar forma. Assim, acredito que a bioplastia é mais relacionada com a cirurgia plástica do que com qualquer outra especialidade médica, haja vista seu criador ou precursor, ser um cirurgião plástico da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), Dr. Almir Moojen Nácul. Respeitadas suas contra-indicações e ponderações em seu uso, e principalmente considerando o bom senso de quem a executa, em meu ponto de vista é um excelente método médico para moldar as faces e aproximá-las ainda mais do padrão estético atual. Juntamente com métodos cirúrgicos e complementar a eles, a bioplastia é um rico instrumento de embelezamento. Entretanto, atenção especial deve ser dada à escolha do material usado para este procedimento, para se evitar intercorrências e complicações em longo prazo. Leia mais na área reservada especificamente a ele.
HIDROXIAPATITA DE CÁLCIO
A hidroxiapatita de cálcio, cujo nome comercial é Radiesse, é um preenchedor de longa duração, composto por microesferas homogêneas de hidroxiapatita e de um gel carreador de carboximetilcelulose. O produto existe nos EUA há 20 anos e foi lançado no Brasil em 2006, onde tem sido usado, desde então para a correção de vincos profundos, rejuvenescimento de pescoço, mãos e diferentes regiões da face. Sua diferença em relação ao ácido hialurônico e ao ácido poli l lático é sua reologia única, que permite um preenchimento mais robusto pela sua visco-elasticidade bem superiores em relação a outros preenchedores. É também um excelente estimulador de colágeno, quando em contato com os leitos mais profundos da derme, promovendo firmeza, além do efeito preenchedor. Como volumizador, é alternativa segura para quem não deseja se submeter ao preenchimento definitivo. Tem uma durabilidade de cerca de 16 meses no organismo humano e tem excelente biocompatibilidade. Leia mais na área reservada especificamente a ele.