O abdome é uma região do corpo altamente valorizada, principalmente em países tropicais como o Brasil. É região de grande apelo estético, exerce alto poder de atração, e revela de uma forma politicamente correta, vamos dizer assim, um corpo “sarado”. Entretanto é também região de depósito de tecido adiposo, tanto em homens como em mulheres, não apenas por fatores genéticos, mas principalmente por hábitos inadequados de vida como alimentação excessiva e sedentarismo. No caso das mulheres a região é também muito prejudicada esteticamente pela gravidez, ocorrendo flacidez de pele, estrias e o afastamento da musculatura abdominal da linha média.
A abdominoplastia e suas variações técnicas é o procedimento indicado para restaurar a anatomia dessa região e resgatar o contorno corporal. Este procedimento, entretanto, é assunto polêmico e por vezes confuso para a maioria das interessadas. Não trata apenas da retirada do excesso de pele e da confecção de um novo umbigo, como se pensa. Na verdade, trata de uma técnica absolutamente variável de pessoa para pessoa, dependendo das alterações apresentadas, da elasticidade da pele, da quantidade de gordura associada, dos planos de futura gravidez por parte da paciente, da tendência à formação de cicatrizes queloideanas ou hipertróficas. Enfim, o procedimento deve ser individualizado e um exame físico minucioso é necessário para se determinar o melhor procedimento para cada caso.
Quando a paciente apresenta excesso de gordura nas diferentes regiões do abdome, mas não apresenta excesso de pele ou flacidez supra-umbilical, ainda não teve filhos, e apresenta uma pele firme, a primeira orientação é dieta e atividade física. Em geral, como tais medidas higieno- dietéticas, ocorre uma diminuição da gordura da região e uma hipertrofia da musculatura abdominal, além do ganho de saúde, é claro. Algumas pessoas precisam mesmo é de orientação adequada, uma boa conversa com seu cirurgião e disciplina para mudança de estilo de vida. Quando após tais ajustamentos, o acúmulo de gordura na região abdominal ainda é excessivo em relação a outras regiões do corpo, e o paciente realmente já atingiu uma relação de massa magra x massa gorda saudável, provavelmente estaremos diante de uma quadro chamado LIPODISTROFIA ABDOMINAL, que nada mais é que o acúmulo de gordura na região abdominal desproporcional em relação ao restante do corpo e que causa prejuízo estético à região. Nesse caso, uma boa hidrolipoaspiração resolve a questão. As cicatrizes são mínimas, o resultado excelente quando em boas mãos, e o risco muito reduzido hoje em dia, com todo o suporte e aparato tecnológico de que dispomos.
Quando além da lipodistrofia, o paciente apresenta excesso de pele, ou dobras abdominais, sejam elas causadas por grandes emagrecimentos, estado pós-gravídico, ou flacidez constitucional (genético), o procedimento cirúrgico requer, além da retirada da gordura, também a retirada de pele. E esta pode ocorrer de diversas formas.
ADOMINOPLASTIA CLÁSSICA
É indicada quando o paciente apresenta grande excesso de pele na região do abdome, acompanhada ou não por quantidades variadas de gordura. Vejam bem: o que esta em jogo aqui não é a quantidade de gordura e sim a quantidade do excesso de pele. Este excesso deve ser tão grande que toda a pele existente entre uma linha traçada logo acima do umbido e outra logo acima dos pelos pubianos deve ser retirada e o umbigo deve ser refeito. Em geral, nesses casos, os Músculos Reto Abdominais estão separados da linha media, e um procedimento chamado PLICATURA muscular deve ser realizado afim de restaurar sua anatomia, que originalmente une os dois músculos no centro. Uma hidrolipoaspiracao delicada pode ser associada a este procedimento, apenas para se dar mais forma às cinturas e igualar a espessura da gordura existente acima do umbigo e na região pubiana. As cicatrizes deixadas são a cicatriz horizontal, côncava para cima, e a cicatriz oval ao redor do umbigo.
MINIABDOMINOPLASTIA
É indicada quando o paciente apresenta excesso de pele, mas não tão grande que toda a pele entre o umbigo e o púbis possa ser retirada. E nem tão pequena que somente uma hidrolipo resolva. Nesses casos, fazemos o corte horizontal na linha que divide o abdome do púbis, descolamos gentilmente o abdome, fazemos a plicatura dos músculos, se for necessário, realizamos hidrolipo delicada para um melhor cinturamento, mas não cortamos ao redor do umbigo. Ao invés disto, o umbigo é transferido, através de uma corte interno, para uma posição até 2 cm mais baixa no abdome, esticando a parte de cima do abdome com esta manobra e retirado todo o excesso de pele, de cima de baixo do umbigo, pela incisão abdominal. Tal técnica requer mais cuidado no descolamento para que a vascularização mais distal do retalho cirúrgico seja preservada.
Em ambas as técnicas os cuidados pós-operatórios são os mesmos: repouso relativo, uso de cinta de baixa compressão, drenagem linfática, uso de meias de compressão elástica e cuidados gerais com o corte. Importante lembrar que a quantidade de gordura do abdome deve estar condizente com o valor ótimo do percentual de massa corporal. Neste sentido, um bom nutricionista ou nutrólogo pode auxiliar no preparo pré-operatório. E lembrem-se: a lipoaspiração existe para retirar pequenos excessos, e deve ser indicada para pacientes saudáveis que apresentem lipodistrofias e não grandes excessos. Qualidade de vida e saúde em primeiro lugar!.